O Brasil tem hoje cerca de 144 mil pessoas com doença renal crônica recebendo tratamento renal substitutivo no país. A maioria (87%) dependendo do Sistema Único de Saúde para receber diálise, em clínicas privadas conveniadas. O país pratica uma das menores remunerações deste tratamento da América Latina e mantinha o mesmo valor da Tabela SUS para estes procedimentos deste 2017. Isso representa uma defasagem de 46% entre o real custo de cada sessão de hemodiálise e o que o Ministério da Saúde vinha repassando.
Houve um pequeno avanço na correção desta distorção, com o Governo Federal anunciando o reajuste da Tabela SUS para a diálise já a partir de janeiro de 2022, sendo 12,5% para hemodiálise, e 24,32% para a diálise peritoneal.
“Entendemos que temos um avanço com esse reajuste concedido depois de tanto tempo, mas ainda não corrige a defasagem histórica. Faltam 33% para termos um valor de remuneração compatível com o custo atual para a realização de cada sessão de hemodiálise. Hoje, com esses valores praticados, o paciente SUS não consegue ter acesso a opções de tratamentos que podem garantir uma melhor qualidade de vida e que já estão disponíveis no mercado”, destaca o presidente da ABCDT.
Cresce demanda por diálise durante pandemia – Estudo recente apresentado pelo Ministério da Saúde apontou crescimento de 4% na necessidade de hemodiálise no país após o início da pandemia do novo coronavírus em 2020. Este crescimento está associado ao fato de que de 30% a 50% dos pacientes graves internados por covid-19 apresentaram no Brasil e no mundo complicações renais e precisaram de diálise durante e depois da internação, como sequela da doença.
Além disso, a pandemia também gerou uma inflação de até 800% em alguns insumos necessários para o tratamento. O que tornou os custos de cada sessão de diálise ainda maiores, nos últimos dois anos.
Levantamento feito pela ABCDT mostrou o fechamento de 39 clínicas de diálise no Brasil nos últimos cinco anos como consequência desse colapso financeiro. Muitas que não fecharam, deixaram de atender pacientes do SUS.
A Diálise Não Pode Parar – o doente renal crônico não tem opção, precisa receber o tratamento de hemodiálise de três a cinco vezes por semana. É a conexão com a máquina que garante a filtragem do sangue e eliminação das toxinas do organismo, que o rim doente não consegue mais fazer.
Fonte: ABCDT (Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante)