O maior desafio de quem se submete a um transplante é conseguir viver bem com o novo órgão e por muito tempo. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a expectativa de vida média dos rins transplantados varia de 15 a 25 anos, entretanto, alguns casos ousam contrariar essas estimativas. O Sr. Antônio Ferreira de Campos é um exemplo e prova viva de que um transplante bem sucedido pode proporcionar uma vida longa e com qualidade. No último dia 25 de outubro, ele comemorou 50 anos do seu transplante renal feito no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP), com um detalhe: o rim recebido é nove anos mais velho que ele. Em outubro, ele também fez outro aniversário, o de 73 anos de idade.
Sr Antônio passou por um transplante de rins aos 23 anos, após sofrer com um caso de nefrite crônica que se manifestou na adolescência. “Mais ou menos em julho de 1972, meus rins pararam de vez e eu precisei ser internado no Hospital das Clínicas em São Paulo para fazer um tratamento com hemodiálise”. Classificada como uma inflamação, a nefrite ataca os glomérulos renais – estruturas dos rins responsáveis por eliminar as toxinas e outros componentes em excesso do organismo. A doença causa inchaço nas extremidades, além da dificuldade em urinar.
Em determinado momento, ele teve que travar outra batalha: a de encontrar um doador compatível. Mas esse foi o menor dos problemas. “A minha irmã Olímpia, na época com 32 anos, logo se ofereceu para ser minha doadora. Fiquei internado três meses aguardando uma vaga para que a cirurgia pudesse ser efetuada”, afirma.
Fonte: Jornal da USP – Ribeirão Preto – Por Ferraz Jr
https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/homem-desafia-expectativas-e-comemora-50-anos-de-transplante-renal/